As viagens libertam-nos da opressão do quotidiano vivido no mesmo lugar. Também se pode viajar à volta do umbigo, sem sair do mesmo sítio, sonhando realidades irreais. Mas não é a mesma coisa. São viagens sem cheiro, sem a cor adequada, sem formato, sem adrenalina, sem a surpresa da aventura. De qualquer forma, mais vale viajar pelo sonho do que estacionar a vida num ancoradouro sem água. Aí morrem os barcos que o mar destruiu e esqueceu.
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Pulo do Lobo. Rio Guadiana.
Navio-escola Sagres
O navio-escola Sagres após a largada de Lisboa, hoje, para rememorar a viagem que Fernão de Magalhães fez há 500 anos.
Lerwick, Shetland
Não me recordo do local onde o navio atracou. Mas lembro-me bem de ser transportado para o centro da cidade em autocarro. A primeira impressão que colhi foi o cinzento escuro dos edifícios baixos, de pedra, com a patine de séculos. Isto e um tremendo céu escuro que parecia vir abater-se sobre nós. Era domingo e a cidade estava deserta. Não chovia, mas havia uma promessa de que isso pudesse acontecer a qualquer momento. Perguntei-me que tipo de vida podiam levar as cerca de sete mil pessoas que habitam na cidade, embora a população das Shetland ultrapasse os vinte mil moradores. A pesca deve ser uma das principais ocupações profissionais. A cidade parece ter sido construída em torno de Fort Charlotte em meados do século XVII. Para mim, nesse domingo, a motivação maior era procurar os lugares onde decorreu parte da série policial britânica “Shetland“. E lá encontrei, por exemplo, a esquadra de polícia onde supostamente trabalhava o inspector Jimmy Perez (Douglas Hanshall) que liderava a série. Achei também curiosa a transformação de uma igreja em biblioteca pública. À excepção de uma pequena papelaria aberta para receber os turistas, pouco mais havia a funcionar. Era domingo, relembro, numa pequena cidade da ilha principal. Edimburgo fica a 480 Km de distância, na Escócia. Preferia ter visitado a cidade num dia outro que não o domingo, mas ainda assim valeu a pena.
Mediterrâneo
BREVIÁRIO MEDITERRÂNICO, de Predrag Matvejevitch. Prefácio de Claudio Magris e tradução de Pedro Tamen. Quetzal Editora.
Um livro denso sobre o Mediterrâneo, a sua história e a sua envolvente mais próxima e mais longínqua, da Europa, de África e do Médio Oriente. De ontem e de hoje (anos 80). Para ler com tempo e reler. Ainda há gente capaz disso? (*****)
Tórshavn. Ilhas Faroe.
(Fotografias de António Garcia Barreto)
Escamar (?) peixe
Escamar peixe (?). Tórshavn, Ilhas Faroe (Fotografia de António Garcia Barreto)