Psicanalista é uma espécie de mágico que tira cartolas de dentro de coelhos.
Millôr Fernandes in “PIF-PAF”
Psicanalista é uma espécie de mágico que tira cartolas de dentro de coelhos.
Millôr Fernandes in “PIF-PAF”
“O que precisamos na vida é de leveza”.
Franca Sozzani, jornalista e editora-chefe da Vogue Itália (1950-2016)
Fidalguia sem maquia é gaita que não assobia.
1 – O primeiro beijo no cinema. O primeiro beijo na boca no cinema foi muito provavelmente dado pela jovem e loira May Irwin e o bigodento John C. Rice num filme Edison de 1896. O filme retomava a história de uma peça intitulada The Window Jones (“A Viúva Jones”). Provocou, a 15 de Junho de 1896, no The Chap Book (segundo Jacques Deslandes) ou no Chicago Tribune (segundo outros) a ácida e virtuosa indignação do crítico Herbert S. Stone: “Nem um nem outro são fisicamente muito atraentes e o espectáculo [no teatro] do seu prolongado repasto nos lábios era difícil de suportar. Em tamanho natural, tais coisas já são animalescas. Mas nada comparado com o que agora se pode ver. Alargadas a dimensões fenomenais e repetidas três vezes, são absolutamente nojentas. (…)
Dominique Noguez “Vinte e Tantos Beijos no Cinema”, citado por Gérard Cahen in “História do Beijo”, Círculo de Leitores, 1998
Outros tempos…
Pais e filhos não foram feitos para ser amigos. Foram feitos para ser pais e filhos.
Millôr Fernandes in “Pif-Paf”
O perigo é que torna a vida preciosa. A morte é o perigo constante da vida.
Clarice Lispector in “Um Sopro de Vida”
(…) as religiões foram as primeiras grandes invenções dos escritores de ficção. Uma representação convincente e uma explicação plausível do mundo, para mentes compreensivelmente confusas. Um história linda e perfeita, que encerra mentiras duras e exatas.
Barnes, Julian, in “Nada a Temer”, 3.ª ed., Quetzal, 2020
Artigo muito interessante (em castelhano) do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte em torno da vida e da morte. Acesso pela ligação,
António Garcia Barreto lê “A Malta da Rua dos Plátanos”
Várias vezes premiado e com vasta obra publicada desde os anos 70, António Garcia Barreto deixa aqui uma parcela do seu romance “A Malta da Rua dos Plátanos”.
Nascido na Amadora a 15 de dezembro de 1948, António Garcia Barreto iria licenciar-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas seguiu o destino de muitos da sua geração e esteve na Guerra Colonial em Moçambique. Regressado a Lisboa, passou por diversos papéis em diferentes empresas (funcionário de livraria, técnico de organização e métodos, gestor de Recursos Humanos e diretor de pessoal) e tornou-se colaborador de diversos órgãos de comunicação social – República, Notícias de Lourenço Marques/Maputo, O Diário ou Diário Popular, neste caso participando com mais regularidade na Página Infantil sob a coordenação de José de Lemos. Empenhado na escrita, depois de um prémio de poesia em 1972 seria distinguido, no ano seguinte, como vencedor do concurso de contos que o Diário Popular organizou. O texto ganhador intitulava-se “Tio Jeropiga, Tio Manel Pedreiro, Eu, a Mula Bizarra e Companhia”.
Acabaria por enveredar pela literatura para os mais jovens com obras como “Botão Procura Casa” e “História das Três Janelas” (ambos de 1977), “Na Rua onde Moro” (1981), “O Luxo da Gata Mafalda” (1986), mas também uma série: “Brigada Azul” (publicada entre 2000 e 2002). Pelo meio criara e fora responsável, no Notícias da Amadora, no começo da década de 80, por uma página infantil (Oficina do Tio Lunetas) e também já se dedicara ao romance, como em “A Malta da Rua dos Plátanos” (1981), livro que aqui apresenta, ou “A Cidade dos Lacraus” (1994). Mas também abordara o ensaio com “Literatura para Crianças e Jovens em Portugal” (1998) e “Dicionário de Literatura Infantil Portuguesa” (2002). “Contos do Amor Breve” foi publicado em 2000 e, no mesmo ano, “Rubens e a Companhia do Espanto em O Caso da Mitra Desaparecida” foi agraciado com o Prémio Literário de Sintra – Adolfo Simões Müller, de Literatura Infantojuvenil. De 2005 é o romance “Ensina-me a Namorar” e do ano seguinte a obra “À Sombra das Acácias Vermelhas”. “Ricardo Caiu no Buraco de Ozono” (2008) foi outro título dedicado aos mais jovens e, no mesmo ano, também publicou o romance “A Mulher da Minha Vida”. Em 2010 e 2011 regressou aos romances, respetivamente com “Um Sorriso para a Eternidade” e “O Homem do Buick Azul”. “A Malta da Rua dos Plátanos” foi revisto e reeditado no ano passado.
Book Cover Editora
“Era natural que António tivesse ouvido falar, na fábrica, da preparação de alguma revolta. Os homens é que sabiam dessas coisas das guerras e das revoluções. Por isso iam à tropa”, escreve o autor na obra “A Malta da Rua dos Plátanos”.
Membro da Sociedade Portuguesa de Autores, António Garcia Barreto publica o blog Viagens por Dentro dos Dias que pode ser visto aqui.
(Publicado no blog “Livros Lidos – Literatura em Voz Alta a Qualquer Hora“, da responsabilidade de Paulo Pereira)
Quase trinta e um ano depois, o jornalismo tornou-se praticamente irrelevante. Perdeu leitores, perdeu profissionais e perdeu órgãos de informação, substituídos por uma coisa acrítica e facilmente manipulável como são as redes sociais.
(…)
Percebem-se muito bem os motivos pelos quais cada vez menos gente “consome informação jornalística”. Se é para ter acesso a uma réplica do lodo que circula nas redes sociais, mais vale chafurdar directamente na fonte.
Manuel Jorge Marmelo no seu blog “Teatro Anatómico“, de 29/06/2020