Acto de teatro com base na peça “O Lugre“, de Bernardo Santareno, aqui representado no Museu Marítimo de Ílhavo.
Etiqueta: cinema e teatro
Peregrinação, de João Botelho
AS VARIAÇÕES DE HONG SANG-SOO
Guerra dos Tronos
A Guerra dos Tronos é uma maravilha. Não vi nem espero ver. Mas é um espectáculo. Dizem.
A burocracia mata
Depois de assistir a este filme é fácil constatar que a burocracia mata. Ela está aí à nossa espera todos os dias, ao lado do desprezo pelos mais necessitados, os mais velhos, os pobres, os enjeitados pelas forças do BEM: o Estado, Igrejas, políticos, papagaios das normas e da burocracia.
O filme passou dias atrás na RTP2.
“O Doente Inglês”, de Michael Ondaatje, melhor prémio Man Booker de sempre
O livro “O Doente Inglês” (1992), de Michael Ondaatje, foi hoje anunciado como o melhor prémio Man Booker dos últimos 50 anos, numa altura em que aquele galardão literário se encontra a celebrar as suas cinco décadas.
O livro foi editado pela primeira vez em Portugal pela Dom Quixote em 1996, coincidindo com o ano de lançamento do filme com o título “O paciente inglês”.
O filme, realizado por Anthony Minghella a partir da obra de Ondaatje, venceu nove de 12 Óscares para os quais esteve nomeado.
Raul Brandão
RAUL BRANDÃO ERA UM GRANDE ESCRITOR…, documentário de João Canijo produzido por ocasião de Guimarães 2012: Capital Europeia da Cultura, propõe-se regressar a Nespereira, a terra que o escritor adotou como sua, para encontrar rastos da sua vida. A última longa-metragem de Manoel de Oliveira, realizada a partir de uma peça de Raul Brandão, conta a história de Gebo, um contabilista, que vive com a mulher e a nora, inquieto pela ausência do filho, João que, quando reaparece, altera o estado das coisas, ou o das expectativas. A pobreza está no centro de O GEBO E A SOMBRA, “o dinheiro nunca se perdoa”. Um filme terrível e austero, em que se “sorri bastante (…) pela delicadeza e graça com que Oliveira condimenta a austeridade da sua mise-en-scène, e pela delicadeza, em estado de graça, do seu sexteto de atores” (Luís Miguel Oliveira, Ípsilon).
Civilização decadente
Uma rápida passagem pelos escaparates das livrarias online (mas não só) mostra-nos como a ficção literária está em decadência. Talvez mesmo moribunda. Aos poucos os livros estão a transformar-se em objectos de supermercado, com títulos estapafúrdios (e.g. “A arte subtil de saber dizer que se f*da”, ou “Papinhas da Xica”, etc.), deixando claro o tipo de civilização que enforma este primeiro quartel do século XXI.
O cinema, quase todo ele série B americana, é a continuação do problema, noutro formato. Thrillers, carros pelo ar, maluqueiras, armas em todo o lado e em todas as mãos. O teatro arrasta-se, mais por empenho de actores verdadeiros amantes da arte, que pelo interesse do público. As selfies, o triunfo do individualismo e do narcisismo. E a mais importante descoberta das últimas décadas, a engrenagem empresarial que conseguiu que o cliente pague o produto, carregue-o no seu carro, arrume os tarecos, meta combustível no seu automóvel e vá pagar à caixa, etc. Além disso, deve pagar os impostos a que os ricos se escusam através de engenharias financeiras.
A escola, em Portugal, não tem programa. Tem programas que mudam todos os anos ao longo das últimas quatro décadas. Não há respeito entre professores e alunos, as famílias estão desestruturadas, não comunicam, não exigem responsabilidade aos filhos. A questão do livro escolar é a outra face da mesma moeda.
A Justiça não resolve nada, mas finge que resolve. Empurra os problemas com a barriga.
Dizer o quê, esperar o quê? Vivemos numa civilização decadente que enche a boca de grandes feitos e realizações e todos os dias demonstra o seu contrário.