Quando tive a certeza de poder firmar o comércio da malagueta que encetara tempos atrás, do qual retirava bom lucro, e quando os tratos que tinha por concluir se resolveram, procurei lugar numa caravana que se dirigia à cidade de Ceuta. Aí chegado atravessei o estreito num barco de carga, de bandeira castelhana, que levava gente que comerciava sedas e outros panos, com destino a San Lúcar de Barrameda, na foz do Guadalquivir. Ao cabo de algumas horas de viagem, com mar agitado, o barco foi atacado por piratas turcos oriundos de Tunes, cidade que lhes dava abrigo no intervalo das pilhagens. O capitão do barco de carga ainda os tentou afastar com as duas peças de fogo que possuía, mas sem lhes causar dano maior que o descasque da amurada de bombordo. O barco de carga não estava preparado para estas situações e o capitão podia saber de ventos e marés, mas demonstrava medo perante a situação. Afortunadamente, quando o navio corsário estava tão perto que a abordagem era iminente, surgiu um bergantim castelhano em vigilância de costa. Vários tiros de bombarda do bergantim desfizeram o castelo da popa do navio pirata, o qual começou a arder obrigando os homens a atirarem-se borda fora procurando salvar-se, o que não lhes correu de feição.
António Garcia Barreto
Ainda bem que nos traz estas curtas narrativas, primosamente (d)escritas. Parabéns!
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Muito obrigado pelas suas palavras, Armandina.
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Tenho que estar mais atenta ao seu blogue.
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Muito obrigado, Maria Sofia. E eu tenho de não defraudar as suas expectativas. 🙂
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